sábado, outubro 01, 2011

Rap da batalha Keynes - Hayek

Video da autoria de Jeffrey A. Tucker, editor do site www.Mises.org.
Quem me dera ter tido esta "aula" quando estudei na faculdade de Economia...
Socorro-me desta notícia sobre o video para o enquadrar na análise económica e, em particular, no momento de instabilidade que estamos a atravessar:
"A letra da música não só é fenomenal, como também apresenta uma descrição extremamente apurada da visão antagónica que ambos tinham da mecânica dos ciclos económicos.
(...) O debate entre J.M. Keynes e F.A. Hayek, ambos vivendo e leccionando na Grã-Bretanha nos anos 1930, foi um dos grandes debates do século. Desafortunadamente, o charme keynesiano acabou por  prevalecer e Keynes, um homem que estava em frequentes viagens pelo mundo, acabou por conquistar o pódio da audiência — a ponto de influenciar a política de todo o mundo até aos dias de hoje.
Enquanto isso, o sereno e estudioso Hayek nunca de facto teve uma grande plateia. Assim como o seu colega e mentor Mises, Hayek escrevia para jornais académicos e era ouvido apenas por aqueles que tinham uma mente mais céptica, pessoas que duvidavam das políticas e teorias convencionais e tinham a vontade intelectual de pesquisar os assuntos mais a fundo.
(...) Esse debate nunca ocorreu na realidade, uma vez que o ponto de vista hayekiano foi e tem sido sistematicamente marginalizado e escondido pelo establishment político e académico desde que Keynes foi prematuramente declarado o vencedor no final da década de 30.
(...) Além de ser uma bela e elaborada produção, o que realmente impressiona [no vídeo] é a sua transparência e acuidade teórica.
É verdade que em 1974 Hayek recebeu o Prémio Nobel, o que trouxe atenção para a sua obra que havia há muito sido esquecida. O comité do Nobel citou especificamente o trabalho de Hayek sobre a teoria dos ciclos económicos. Mas o renascimento desfrutado por Hayek nos anos seguintes não se centrou nesse aspecto da sua obra. Ao invés disso, toda a atenção foi voltada para elaborações sobre a sua evolucionária teoria social, as suas concepções sobre a ordem do processo de mercado e os seus estudos sobre a lei.
(...) Voltando ao vídeo, (...) Keynes é popular e amado por todos, sempre promovendo um estilo de vida boémio, com festas e farras intensas — o futuro que se dane. Já a personalidade de Hayek é mais intelectual, sóbria e até mesmo um pouco puritana, com um foco na realidade e no longo prazo.
(...) Os termos da argumentação são expostos bem claramente. Hayek diz que os ciclos económicos são causados por "juros baixos" resultantes de intervenções do governo, ao passo que Keynes culpa o "espírito animal" que opera livremente num mercado que necessita urgentemente de ser controlado.
Keynes então começa a explicar a sua teoria para a depressão. Ela é causada pela rigidez de salários e só pode ser curada se houver um estímulo à procura, por meio do aumento dos gastos governamentais e emissão de moeda. Ele defende obras públicas, guerras e janelas quebradas — pois tudo isso estimularia a procura —, alerta contra a armadilha da liquidez, defende déficits, vangloria-se de ter mudado o modo de se estudar economia, e conclui "Diga bem alto, com orgulho, somos todos keynesianos agora!".
(...) Sobra então para Hayek a missão de trazer realismo à discussão. Ele rejeita o argumento de Keynes pelo facto de este esconder muita agregação nas suas equações, as quais ignoram toda a motivação e acção humana. Hayek compara estímulos governamentais ao acto de beber mais para tentar curar uma ressaca. Ele chama a atenção para o facto de que não é possível haver prosperidade sem poupança e investimento.
(...) Ele começa a sua exposição alterando o foco da análise: não é a recessão, mas sim a expansão que deve ser analisada. Pois é durante a expansão que são plantadas as sementes do desastre. A expansão económica começa com uma expansão do crédito. Esse dinheiro recém-criado passa a ser erroneamente visto como sendo poupança real, que pode ser emprestada e investida em novos projectos, como imóveis e construção.
Porém, há uma escassez de recursos necessários para se finalizar esses projectos. Fazer moeda não faz com que os recursos surjam do nada. Esses projectos, portanto, transformam-se em investimentos erróneos. O "anseio por mais recursos revela que não há o bastante". É aí que a expansão se transforma em recessão. Quanto à armadilha da liquidez, ela é apenas uma evidência de um sistema bancário insolvente (...)
Jeffrey A. Tucker
editor do Mises.org
Tradução de Leandro Augusto Gomes Roque"

Apreciem o video:


Rap. Hayek Vs keynes from Fênix Felipe on Vimeo.

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