sexta-feira, junho 17, 2005

Mestre Domingos Oleiro

Poema declamado por Sua Excelência o Sô Presidente no nosso almoço de robalo ao sal.

(para veres mais fotos do almoço clica aqui)


Um tal mestre Domingos
Mestre na arte da olaria,
De qualquer barro fazia
As obras de arte mais belas.

Panelas, potes, moringas
Mas sobretudo panelas
tão fortes e tão resistentes
Que as não podiam quebrar
Os pontapés mais valentes.

Levantava-as o oleiro ao ar
Largava-as depois da mão
Mesmo na lage mais dura
E levantava-as do chão
Sem uma beliscadura.

De tal sorte que os fregueses
Que iam levar-lhe o dinheiro
E se juntavam às vezes
Na loja do mestre oleiro
Diziam todos à uma,

É um grande paneleiro
Não há dúvida nenhuma

Ramada Curto

segunda-feira, junho 13, 2005

Até Sempre


Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
Contra a carícia da espuma,
Contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
A mais vil, isso pode
E é tão pouco!


(Eugénio de Andrade)

quarta-feira, junho 08, 2005

Se Eu Pudesse Voar ...


Quero voar
mas saem da lama
garras de chão
que me prendem os tornozelos.
Quero morrer
mas descem das nuvens
braços de angústia
que me seguram pelos cabelos.
E assim suspenso
no clamor da tempestade
como um saco de problemas
tapo os olhos com as lágrimas
para não ver as algemas...
(Mas qualquer balouçar ao vento me parece Liberdade.)

José Gomes Ferreira