segunda-feira, maio 24, 2010

Faculdade de Economia recebeu antigos alunos

Gostei. Especialmente da parte do "um até é deputado".

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Notícia no «Diário de Coimbra» de domingo (23/5/2010)

"São actualmente economistas, autarcas, gestores, professores e um até é deputado. Formaram-se na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra há 27 anos (curso de 1979-83) e recentemente acertaram encontrar-se, regressando por algumas horas a um local que foi não só de estudo mas também de cultivo de amizades.
O director da FEUC, professor José Reis, lá estava para os receber. Naquela manhã de sábado, aproveitaram para revisitar uma escola que nada tem hoje a ver com os “galinheiros” (as salas de aula nos desconfortáveis pré-fabricados) do seu tempo.
A organização caprichou e estes antigos alunos tiveram até direito a aula, na sala Keynes da faculdade, dada pelo professor Joaquim Feio, que lhes falou da «crise actual da economia e uma crise gravíssima do pensamento económico». «O rei vai nu... a teoria económica vai nua» foi uma das frases que puderam reter, nesta aula fora de tempo.
O almoço, no bar da Faculdade de Economia, rematoü estes saudáveis momentos de confraternização."

Fotos do Jorge Sá - segunda e última parte















terça-feira, maio 18, 2010

A cultura é uma coisa muito linda


Telefonema do Daniel na véspera do regresso à FEUC:
- Não oferecemos nada ao Joaquim Feio?
- Que tal uma garrafa de um bom vinho?
- Ó Paulo, ele está ainda em convalescença da operação e queres dar-lhe vinho?!

Abençoado Daniel que não me deu ouvidos. E optou por comprar para oferecer ao professor Joaquim Feio, em nome de nós todos, o conjunto de livro e 3 CDs «Le Royaume Oublié : La Croisade Contre Les Albigeois - La Tragédie Cathare», de Jordi Savall.
Segundo uma crítica que li na «Além-Mar», "Nele se narram (em três discos acompanhados de preciosos textos, numa edição de luxo) o aparecimento do catarismo em várias zonas da Europa Central, a cruzada e a invasão da Occitânia (o actual Sul de França, grosso modo), a perseguição do catarismo e o seu estertor final. A música conta-nos tudo isto de forma soberba: as esperanças, as fogueiras, as orações, as pregações, a espiritualidade, a tensão, os conflitos interiores, as guerras militares. Fosse hoje e uma «heresia» como a dos cátaros seria apenas um movimento cristão entre tantos. Mas o catarismo nasceu, viveu e morreu em tempos inclementes (entre cerca de 950 e 1463). Durante esses cinco séculos de vida, produziu cultura, espiritualidade e uma forma de vida que desafiou os poderes instalados – incluindo o religioso. Aliás, várias das intuições dos «bons homens», como se denominavam os cátaros, coincidiam com um cristianismo purificado – sobretudo na afirmação do desprendimento e da fraternidade. Mas o xadrez político da época ditou o seu fim. Escreve Savall que a destruição da civilização do País d’Oc, que se converteu num «reino esquecido», bem como a tragédia dos cátaros e o «testemunho que proporcionaram da sua fé, merecem todo o nosso respeito e todo o nosso esforço de memória histórica»."
Na Ípsilon encontrei esta entrevista com Jordi Savall. Aqui deixo alguns excertos:
"Quando se desenvolve apenas a capacidade de desfrutar da parte estética, termina-se em Auschwitz [silêncio prolongado]. O comandante nazi que desfrutava a ouvir tocar Mozart aos seus prisioneiros fruía muito da parte estética da música. Mas a sua dimensão espiritual estava a zero, tal como a sua sensibilidade e o seu humanismo. É muito importante não separar nunca o desfrute da beleza da parte estética de uma obra, da sua dimensão espiritual - que é o que dá sentido a tudo. O sentido do sacro - que não significa necessariamente religioso - é que o homem é sagrado, as palavras são sagradas, porque são algo essencial, que não podemos perverter. Se utilizamos apenas a beleza, estamos a perverter, a utilizar algo somente exterior e superficial. Esse é o princípio da decadência."
"É diferente um concerto [como «Le Royaume Oublié»] em que se explica a história: uma canção fala de destruição, outra pede a Deus que não envie torturadores, ou recita-se o texto em que o Papa chama à cruzada, com palavras terríveis, que só Hitler ou alguém assim podia usar. «Pacificar estes povos, mas destrui-los com toda a imaginação; tirar-lhes as suas terras e matá-los a todos, mas sempre com a justiça e a paz.» Como é possível?
Estas coisas repetem-se hoje. A casa de um herético era destruída como se destrói a casa da família de um terrorista, na Palestina. Autorizava-se que uma pessoa fosse torturada, exactamente como se passa em tantos sítios, em prisões secretas ou em Guantánamo. As cruzadas que se fizeram na história tinham sempre uma razão que escondia outra. A música pode dar-nos lucidez, porque leva sempre à beleza da emoção do coração. Quando um cantor ou músico toca, a história toma vida. Esta é a responsabilidade que temos como músicos: não só divertir as pessoas e fazê-las desfrutar, mas também fazê-las pensar, reflectir, através da música."
(Sobre "Le Royaume Oublié", última obra editada, Savall diz que era importante "refrescar a memória" sobre "a época dos trovadores, da Occitânia, um dos momentos mais belos da Idade Média". E explica: "Há uma ideia obscura da Idade Média, mas é uma época luminosa, em que a influência árabo-andaluza inspira o amor platónico dos trovadores; os judeus que vão à Occitânia desenvolvem a filosofia, traduzem textos antigos, há um grande contacto nas universidades. É uma época de diálogo, nobreza, cultura musical muito rica. Também uma época trágica: com a cruzada contra os albigenses, produzem-se talvez os factos talvez mais graves do Ocidente em toda a sua História", antes do nazismo. "Toda uma população cristã, por ter outra maneira de perceber o cristianismo, foi exterminada. Temos a responsabilidade de dizer que isto não está bem. E, com a emoção e a força espiritual que tem, a música serve para entender a História.")

"La terrible amnésie des hommes est certainement l'une des principales causes de leur incapacité à apprendre de l'histoire.
L'invasion de l'Occitanie… nous rappelle dramatiquement les équivalents dans les temps modernes…
Huit siècles ont passé, et le souvenir de cette croisade contre les Albigeois ne s'est pas effacé. Il éveille encore le chagrin et la pitié. Au delà des mythes et des légendes, la destruction de la mémoire de cette formidable civilisation qui était celle du pais d'oc, devenu alors un véritable royaume oublié, la terrible tragédie des Cathares ou «bons hommes» et le témoignage qu'ils ont donné de leur foi, méritent tout notre respect et tout notre effort de mémoire historique.

Jordi Savall
Bellaterra, 3 octobre 2009"

Aprende-se muito com gente culta!



Découvrez Jordi Savall fait revivre la tragédie cathare au Théâtre municipal sur Culturebox !

Na Amazon francesa podemos ouvir os primeiros segundos de todas as músicas desta obra.

José Couto, recém-empossado presidente do CEC...




Jornal «as Beiras» - 2010-05-18

segunda-feira, maio 17, 2010

Convite do Carlos S. Martinho

Termos regressado à FEUC e não irmos ao «Madeira» seria o mesmo que irmos à Basílica de S. Pedro no Vaticano e não visitarmos a Capela Sistina.
Aí, na falta dos frescos do Miguel Ângelo, há sempre finos, ainda mais frescos.
O nosso deputado da nação, Carlos S. Martinho, formalizou nesse ambiente nobre e sério um convite a todos os que quiserem e puderem visitar a Assembleia da República no dia 1 de Julho, uma quinta-feira.
Em declarações posteriores à Agência Galinácea, esclareceu: "E, claro, inclui o almoço. Sem almoço nem seríamos da FEUC".
Alistem-se: carlossmartinho@hotmail.com ou jpcpmoura@gmail.com

Para já somos 4:
Carlos São Martinho
António Sanganha
Paulo Moura
Mário Nobre

Pensamento do Mário Rui no nosso regresso à FEUC

"O professor Joaquim Feio falou do Stuart Mill...
mas agora já há o Stuart Mill e Quinhentos!"